Antes de começar a ler esse texto, quero te tranquilizar com a informação de que não se trata de um artigo com tom feminista (nem usei a imagem de uma mulher pra ilustrar o texto para não causar essa impressão). Neste espaço vamos falar sobre posicionamento e como isso se reflete na forma de se comunicar.

Para compreender inteiramente a mensagem sobre ‘eu não te dou essa permissão’, é importante praticar a EMPATIA:

Empatia é a capacidade de compreender a experiência vivida pelo outro para perceber o que ele sente e por que ele reage de determinada maneira.

Quando A mostra resistência a uma ação de B, seja lá qual for, A está delimitando seu espaço e não há nada de errado em fazer isso. Só que algumas pessoas se sentem constrangidas em avisar sobre o limite ao invasor. Sim, invasor, por que quem ultrapassa o limite sem autorização é invasor e quem invade, desrespeita.

O constrangimento de quem delimita o espaço pode se dar por alguns aspectos:

– receio de ser rude;
– sensação de ser egoísta;
– dúvida se vai parecer arrogante; e/ou
– medo de ser rejeitado;

A partir dessas sensações, a atitude poderá ser a de consentimento, muitas vezes sem a pressão do outro, mas também sem a clareza sobre o desejo real de permitir. É como se fosse: ‘eu permito, mas não estou completamente de acordo com o outro e só faço isso por que tenho medo de ser rejeitado/rude/arrogante/egoísta’.

O mecanismo de proteção acaba se transformando num ato de violação: ‘eu deixo, mas não me sinto bem com isso e só faço para contentar o outro’. O outro? O outro em primeiro lugar? O exercício mental agora é esclarecer pra si mesmo sobre quem está no primeiro lugar da lista de prioridades. Se o lugar de destaque é o outro, você mesmo se coloca pra escanteio. E se você se coloca nessa posição, o outro se sentirá no direito de não valorizá-lo.

A dinâmica acontece todos os dias em todos os lugares: em casa, na relação com a família; na escola, na relação com professores e colegas; no trabalho, com o chefe, pares e subordinados; na relação fonte-jornalista. Como é isso na sua realidade; já parou pra pensar como age e reage?

À medida em que não há a autovalorização, tudo pode ser permitido. É como se você autorizasse o abuso; afinal, você deu o espaço!

Ao se sentir dono do espaço e valorizado, quem antes cedia, agora se posiciona melhor. E isso não significa gritar e nem botar o dedo em riste. Isso significa autorrespeito!

Entretanto, respeitar-se e posicionar-se bem pode ser confundido, de acordo com as crenças de cada um, com arrogância. A visão distorcida de que alguém que sabe o que quer e se comunica bem é um arrogante, acontece dessa forma por quem não se sente capaz de atingir o mesmo nível de desempenho e se ofende com a postura adequada do outro. É diferente saber se posicionar e ser arrogante. Vamos trabalhar as diferenças para evitar confusão?

QUEM SE POSICIONA BEM:

QUEM É ARROGANTE:

Como você pode perceber, posicionar-se bem não tem nenhuma relação com ser arrogante. O que acontece muitas vezes é que o ser humano pensa: ou cedo ou sou arrogante. É importante avaliar qual seria o ponto intermediário disso, como numa régua, em que o ponto zero é sempre ceder e o ponto 15 é ser arrogante. Há um PONTO BOM, no meio disso, que possa te ajudar a ter uma postura mais coerente com seus valores?

Com a construção desse entendimento, é possível perceber seu próprio espaço e não se constranger na delimitação do seu espaço para dizer “não, obrigado”, “você não pode fazer isso”, “eu não quero assim” e etc.

A trilha do autoconhecimento é transformadora!